quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Reflexões sobre o ensino das Artes Visuais

As pesquisas sobre artes visuais, conforme BARBOSA (2005), BUORO (2003), HERNANDEZ (2000), entre outros autores que abordam essa temática, apontam para uma revisão da compreensão da Arte na Educação, compreensão da cultura visual estabelecida, bem como, a prática pedagógica do professor considerando que este em sua trajetória, constrói e reconstrói seus conhecimentos conforme a necessidade de utilização dos mesmos, suas experiências e seus percursos formativos e profissionais. As Artes Visuais caracteriza-se como área de conhecimento. Expressam, comunicam por diversas linguagens, dentre elas o desenho, a pintura, gravura, escultura, além das modalidades que resultam dos avanços tecnológicos e transformações estéticas, como a televisão, fotografia, arte gráfica, entre outras, atuando, desta forma, como mediadora cultura, ampliando a compreensão da cultura visual no nosso cotidiano. Conforme aponta FINGER, (2003. p 13). “É no cotidiano que sentimos a realidade e a partir dele, tecemos considerações e atribuímos seus significados ao que ocorre na própria realidade”. Vivemos em uma época caracterizada por um turbilhão de inovações tecnológicas e não temos como nos desvencilhar dela. A globalização e o acentuado desenvolvimento da mídia tem feito com que cada vez mais os alunos cheguem à escola impregnados de concepções e compreensões visuais. Conforme HERNANDEZ, (2000 p.51) “... a compreensão da cultura visual significa, em primeiro lugar, reconhecer que vivemos inundados de uma extraordinária variedade de imagens (e imaginários visuais)”. Diante disso, exige-se do professor, uma postura conhecedora e problematizadora frente a esta realidade. Não se pode mais simplesmente reproduzir algo que a cultura visual já se ocupa de divulgar, com a simples justificativa de que, fazendo desta forma, estaremos trabalhando com a realidade do aluno. Partindo desse pressuposto, a escola é considerada como um espaço privilegiado para a construção da cidadania e o desenvolvimento integral do individuo, mediante a construção e o aprofundamento de conhecimentos e nós, professores, não podemos deixar essa área do conhecimento tão vazia, restringindo-a como recurso – didático – metodológico para outras disciplinas. Precisamos quebrar com este estigma de que não estamos preparados, mesmo que essa concepção do não saber-fazer, esteja arraigada em nossa sociedade. BARBOSA (2005, p 31) afirma com muita propriedade que “só um fazer consciente e informado torna possível a aprendizagem em arte”. Na mesma perspectiva, VIGOSTSKY (1999, p.325) salienta que “ensinar o ato criador da criação da arte é impossível; entretanto, isto não significa, em absoluto, que o educador não pode contribuir para a sua formação e manifestação. Sabemos que a apreciação artística e a compreensão do “discurso visual” têm pouco espaço na sala de aula, principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental, conforme cita BARBOSA (2005, p.17) “Nas aulas de artes visuais ainda domina na sala de aula o ensino do desenho geométrico, o laissez-faire, temas banais, as folhas para colorir”, desenhos esteriotipados, cópias e imitações. Diante do exposto, faz-se necessário uma mudança de concepção sobre a importância das Artes Visuais no contexto escolar e para tanto, o professor precisa estar respaldado em teorias que lhe apontem outras formas de pensar sobre o próprio fazer. Nesse sentido, teoria e prática são indissociáveis. Um processo, no qual não existem receitas prontas de como ensinar, aprender e compreender todas as áreas do conhecimento, mas sim, uma constante busca pro subsídios que possam dar conta dos próprios anseios, dos alunos a suas culturas.

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